FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA PARA A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

A criança diagnosticada com a distrofia muscular de Duchenne apresenta ao longo do tempo uma perda de funções motoras importantes, iniciando com fraqueza nas pernas, levando a dificuldade para caminhar, subir e descer escadas, correr e levantar-se do chão. A progressão da doença leva a fraqueza ascendente, acometendo outras regiões como a musculatura respiratória, tronco e braços, sendo necessário o uso constante da cadeira de rodas para locomoção.1

Durante todo o desenvolvimento da criança, desde os sintomas iniciais da DMD, diagnóstico até a fase mais avançada, ela necessita de cuidados específicos de reabilitação, como a fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e pedagogia. Na fisioterapia é essencial o foco tanto para os aspectos motores quanto respiratórios. Mesmo sem queixas aparentes, como dificuldade para respirar ou fraqueza em braços, por exemplo, o início da intervenção deve ser precoce, evitando as complicações secundárias, como deformidades (escolioses, por exemplo) e progressão da fraqueza muscular, mantendo a funcionalidade dessas crianças por tempo mais prolongado.2

Os exercícios a serem realizados na fisioterapia dependem do estágio da DMD em que a criança se encontra, sendo que há atividades que ela conseguirá realizar sem auxílio, mínimo auxílio ou máximo auxílio do fisioterapeuta. Da mesma maneira, orientações domiciliares devem ser direcionadas para cada criança, de forma individual tanto para os aspectos motores quanto respiratórios, respeitando suas limitações e capacidades.1,2

As orientações domiciliares são de extrema importância para o processo de reabilitação, pois geralmente a criança realiza fisioterapia de uma a duas vezes por semana, com 1 hora de duração cada sessão. Além disso, por ser uma doença progressiva, a criança com DMD necessita realizar pelo menos alongamentos e mobilizações diárias para manter o comprimento muscular, evitando deformidades, além de exercícios respiratórios para manter a mobilidade da caixa torácica e dos pulmões. Deve-se atentar aos cuidados relativos aos exercícios recomendados pelos fisioterapeutas aos cuidadores de modo a respeitar o tempo de cada alongamento e mobilização, e dos exercícios respiratórios, não atingindo jamais o limite de dor e desconforto de cada criança. 2,3

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REFERÊNCIAS​

¹ – Araujo APQC, Carvalho AAS, Cavalcanti EBU, Saute JAM, Carvalho EC, França Jr  MC, et al. Brazilian consensus on Duchenne muscular dystrophy. Part 1: diagnosis, steroid therapy and perspectives. Arq Neuropsiquiatr 2017;104-113.

²  – Araujo APQC, Nardes F, Fortes CPDD, Pereira JÁ, Rebel MF, et al. Brazilian consensus on Duchenne muscular dystrophy. Part 2: rehabilitation and systemic care. Arq Neuropsiquiatr 2018; 76 (7): 481-489.

³ – Bushby K, Finkel R, Birnkrant D, Case LE, Clemens PR, et al. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 2: implementation of multidisciplinary care. Lancet Neurol 2010; 9: 177-189.

Conteúdo elaborado por
Profa. Dra. Cristina Iwabe
Crefito 3: 26699-F
Fisioterapeuta formada pela USP
Especialista em Fisioterapia aplicada a Neurologia Infantil UNICAMP
Pós doutora em Neurologia/Doenças Neuromusculares pela UNICAMP
Pesquisadora colaboradora do Setor de Doenças Neuromusculares UNICAMP
Data: agosto/2020