DICAS DE EMERGÊNCIA1
O QUE FAZER EM CASOS DE EMERGÊNCIA?
- Uso de corticoides:
Quando houver necessidade de internação hospitalar de pacientes com a distrofia muscular de Duchenne (DMD), devido a alguma infecção ou para realização de cirurgia, o corticoide não deve ser suspenso. Na verdade, muitas vezes é necessário até aumentar a dose.
Caso ocorram vômitos prolongados com incapacidade de tomar corticoides orais, o paciente com DMD deverá ser encaminhado à emergência para fazê-lo por via intravenosa.
- Anestesia:
Pacientes com DMD podem desenvolver reações adversas graves a certos tipos de medicamentos anestésicos. Por isso, é importante sempre avisar à equipe cirúrgica e anestesiológica que o paciente é portador da distrofia muscular de Duchenne para evitar este tipo de complicação. E, sempre que possível, pacientes com DMD devem ser submetidos a avaliações cardiológicas, pneumológicas e anestesiológicas antes de realizar cirurgias.
- Dificuldade respiratória:
Em caso de início súbito ou piora rápida da dificuldade respiratória, o paciente deve ser encaminhado para avaliação hospitalar rápida.
Pacientes secretivos ou com tosse ineficaz podem se beneficiar de manobras de aspiração e auxílio à tosse, usando ambu ou o equipamento cough assist.
Já pacientes com DMD em falência respiratória devem ser ventilados (ou seja, usar equipamentos de respiração assistida), e jamais apenas oxigenados.
- Fraturas:
Pacientes com DMD com suspeita de fratura, após queda ou trauma, devem ser encaminhados para avaliação ortopédica o mais rapidamente possível. O tratamento das fraturas, cirúrgico ou não, deve ser planejado junto com a equipe ortopédica visando o retorno mais rápido possível às atividades de reabilitação e mobilização do membro.
REFERÊNCIA
¹ – Birnkrant DJ, Bushby K, Bann CM, et al. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 3: primary care, emergency management, psychosocial care, and transitions of care across the lifespan. Lancet Neurol. February 2018. doi:10.1016/S1474-4422(18)30026-7
Conteúdo elaborado pelo
Prof. Dr. Marcondes C. França Jr.
CRM-SP 102.490
Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas (FCM – Unicamp)
Data: agosto/2020